sábado, 23 de junho de 2012

V ENCONTRO DE EDUCADORES POPULARES DO BENGUI

O V Encontro de Educadores populares do Bengui: Educação de Jovens e Adultos e Direitos sociais, resulta de uma ação política pedagógica entre o NEP,  o Instituto de Ciências da Educação - ICED, GEPERUAZ/UFPA e UEPA, tem como foco a formação dos sujeitos da EJA e a interação social de diferentes sujeitos e atores atores sociais que atuam no bairro, na área da educação e cultura, enquanto direito social. Movimento que articula e integra diferentes saberes e expressões da cultura popular da Amazônia em interfaces com as memórias e os saberes da comunidade local.
Nesse contexto de construção coletiva, também participam a Associação de Moradores do Bengui - AMOB, a Biblioteca Vaga Lume, a Escola de E.E.F Marilda Nunes, o Instituto Sociedade Meio Ambiente, o Grupo a Flor da Voz - Projeto de leitores da Escola Municipal Florestan Fernandes e o Grupo de Idosos da Paróquia Rainha da Paz -GIRP. Um movimento que busca dialogar com a diversidade dos sujeitos que atuam na área da educação e cultura popular como possibilidade de intervenção, em defesa de educação e qualidade de vida.
Assim foi no dia 15 de junho de 2012, cujas  vivencias formativas teve como foco de estudo, debate e reflexão a educação de jovens e adultos da E.E.E.F Marilda Nunes/use 10, um diálogo com estudantes, professores e gestores da escola, educadores do Núcleo de Educação Popular "Raimundo Reis" - NEP/Bengui e da Universidade, através do Instituto de Ciências da Educação -ICED e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo da Amazônia - GEPERUAZ/UFPA.
Esse movimento possui uma relevância social em defesa da educação como um direito social e  possibilita vivencias coletivas e troca de experiências acerca das ações sócio educativas e culturais, articulada as experiências de EJA e os sabres da comunidade, assim como de compreender a escola como espaço privilegiado de formação e informação acerca da identidade e diversidade dos sujeitos da EJA. Nesse sentido, pautamos ações, estudos, reflexões acerca das ações de EJA na escola e outras questões como: segurança, saúde e trabalho.
Nesse dialago, os estudantes refletiram questões que refletem dificuldades vivenciadas no contexto de EJA, na sala de aula. Considera-se que em alguns casos, decorre da ausência de politicas públicas mais eficientes que qualifique as ações politicas pedagógicas da escola, em outros casos, decorre da falta de compromisso com a educação como um direito básico de desenvolvimento e garantia dos direitos humanos.                                                     
Também s alunos questionaram questões referente a falta ou ausência de professores na sala de aula, da falta de ventilação nas salas de aula e pontuaram que desejam dialogar mais com os professores e gestores da escola. Reivindicaram espaços mais adequado para ficar, especialmente, na ausência do professor e que o Estado invista em politicas de educação para o trabalho. Necessidades que segundos eles/elas ajudaria a melhorar a qualidade de educação e de vida no bairro.

Observa-se que alguns dos estudantes de EJA, são trabalhadores trabalham são ainda bem apesar de serem ainda bem jovens, trabalham na economia informal, outros no comercio e outros na construção civil. Assumem responsabilidades que em muitos casos, motivos para abandonar a escola, outros apontaram também a gravidez na adolescencia como um dos fatores da evasão escolar. Nesse contexto de indagações, conflitos e desafios, considera-se que apesar da pouca idade, os jovens estão buscando assumir a sua condição de cidadão do mundo, frente as exigências de uma sociedade atual. Também consideram que a EJA, os ajuda a concluir mais rápido os estudos, especialmente para quem esta "atrasado" ou é repetente no ensino fundamental.
Compreendem que é necessário melhorar a qualidade da educação, para que venham a ter um futuro melhor, fazer uma faculdade e se inserir no mundo do trabalho enquanto sujeito de direito. Nesses casos, a EJA, estar sendo para muitos, um espaço importante, onde estão buscando melhorar a qualidade de vida, dignidade e cidadania.
No sábado, 16 de junho/2012, o V Encontro de educadores, ocorreu de forma mais ampla, interagindo com a diversidade dos sujeitos da comunidade, que teve como espaço de diálogo as oficinas pedagógicas, fortalecendo o debate sobre temas relevantes: Redução da Idade Penal; Teatro do Oprimido; Mediação de Leitura; Memórias e Histórias do Benguí e outras ações pedagógicas que tem como perspectiva, o acesso a educação, a arte e a cultura como garantia de  direitos humanos.
Essa participação envolve integração entre  diferentes sujeitos e atores sociais que atuam na EJA, na escola, na comunidade e na academia. Sendo portanto, motivo de alegria, sociabilidade, estudo e reflexão acerca da realidade da educação na sociedade. Um diálogo que também incide em desvelamento de novos saberes e possibilidades de articulação entre os sujeitos da comunidade e da academia enquanto possibilidade de formação e interação social, na perspectiva de uma cultura de paz.


A oficina pedagógica, Redução da idade penal, ministrada pelo Conselheiro Tutelar Fernando Sampaio e a Educadora Adriana Aviz/NEP, propôs o debate sobre a redução da Idade penal. Tema que envolveu diferentes olhares e concepções acerca dos direitos de Crianças e adolescentes. Portanto, um debate que ainda precisa ser mais refletido na sociedade e com responsabilidade social, visto que se trata da questão de direitos humanos e de inclusão  social.
A oficina de mediação de leitura feita pelas educadores da Biblioteca Vaga Lume Benguí, trouxe o debate sobre a importância de práticas de leitura na escola e comunidade enquanto espaço de formação e cidadania de sujeitos de direitos; A oficina pedagógica - Teatro do Oprimido, ministrada por estudantes do curso de pedagogia do ICED/UFPA refletiu sobre as formas de exclusão existente em nossa sociedade; A oficina Memórias e Histórias do Benguí, ministrada por educadores populares do bairro: NEP e AMOB, desvelaram novas informação informações e conhecimentos importantes que regatam a história do bairro, refletida a luz dos saberes dos sujeitos da comunidade. Portanto, vivencias e  práticas pedagógicas que fomentaram valores e saberes como possibilidade de afirmação da identidade e diversidade  cultural da Amazônia paraense.
No campo das ideias, sentimentos e conhecimentos que fundamentam a área da educação, numa perspectiva de  melhorias na Educação de Jovens e Adultos, frente os desafios existente na comunidade local e na sociedade em geral. Por fim, de  superação das desigualdades sociais que impede um desenvolvimento justo e sustentável de sujeitos de direitos. Ressalta-se ainda a importante participação das crianças e adolescentes no encontro, fato que motiva ainda mais o  compromisso com  a educação como condição básica da promoção humana.
A socialização de experiências de educação, arte e cultura, além de promover o intercâmbio sociocultural, ajuda a fortalecer laços de amizade, solidariedade e respeito as diferenças entre os diferentes sujeitos e atores sociais que interagem na organização e realização do evento, superando desafios de exclusão e marginalidade social vivenciado em contexto de escola, família e na sociedade. Mas embora o e encontro tenha sido bastante positivo, considera-se que ainda há muito o que ser feito para que se tenha melhores resultados na educação e, por conseguinte, de um mundo mais humano, justo e sustentável.



IMAGENS DAS VIVENCIAS FORMATIVAS DO V ENCONTRO DE EDUCADORES POPULARES DO BANGUI: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.

Professora: Maria do Livramento Ferreira de Aviz.
Pedagoga, Especialista em Educação do Campo,
 Desenvolvimento e Sustentabilidade, membro do GEPRUAZ/UFPA
 e membro da  coord. do Núcleo de Educação Popular "Raimundo Reis" - NEP/Benguí.


















Nenhum comentário:

Postar um comentário